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A Rota da Liberdade, iniciativa de turismo étnico de base comunitária, recebeu recentemente, dois prêmios de reconhecimento às atividades de fomento à cultura e identidade locais. Uma das comunidades que integra o roteiro turístico é o quilombo Kaonge, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, onde as pessoas visitantes podem experienciar e viver um pouco das tradições e culinária ancestrais. A construção do roteiro, nos primórdios, contou com apoio do Sebrae por meio de uma consultoria a pedido da Votorantim, que atua com projetos sociais em contrapartida à concessão da Usina Hidrelétrica (UHE) de Pedra do Cavalo, localizada no rio Paraguaçu.
No último domingo (17), no programa do Huck, na Rede Globo, lideranças quilombolas da região da Bacia e Vale do Iguape, no Recôncavo da Bahia, receberam o Prêmio Melhores do Ano da TV Globo, em reconhecimento da inspiração da comunidade para o Brasil e para o mundo. Já no último mês de novembro, a Rede Batuc – que desenvolve atividades turísticas de base comunitária na Bahia – recebeu o Prêmio Global de Turismo Responsável-Melhor Solução para Diversidade e Inclusão. A premiação foi realizada na World Travel Market (WTM), uma das principais feiras de viagens do mundo que ocorre em Londres, na Inglaterra.
A Rota da Liberdade também faz parte da Rede Batuc e a premiação recebida em Londres reconhece a atuação do coletivo em comunidades quilombolas, de povos originários, ribeirinhos, entre outras, cujo trabalho proporciona aos turistas experiências diferenciadas e inclusivas. De acordo com a Rede Batuc, o turismo de base comunitária é realizado em pelo menos 40 comunidades e 24 destas já têm roteiros ativos.
Isailton Reis é gerente regional do Sebrae em Feira de Santana e, à época – entre 2009 e 2012 – foi gestor do projeto de fomento ao turismo de base comunitária em atuação conjunta do Sebrae e grupo Votorantim. “O Sebrae contribuiu com o Kaonge por meio de uma contratação por meio do grupo Votorantim que executava ações sociais na região. O Sebrae apresentou uma proposta de empreendedorismo voltada ao turismo para potencializar as belezas da comunidade. Por meio de uma consultoria estruturamos a rota do quilombo Kaonge. Antes os visitantes iam à comunidade, mas ainda não havia uma rota estruturada e o Sebrae contribuiu nessa empreitada”, explicou.
De acordo com o gestor, outro projeto fomentado foi o do artesanato e a produção associada junto com a gastronomia. “A importância do turismo comunitário é aproveitar as potencialidades do turismo na Bahia. Em lugares como o Kaonge, que além da rota do turismo, a comunidade tem o apelo da característica quilombola, melhor ainda. Eles já tinham a Festa da Ostra e a rota do turismo se somou nesse processo”, concluiu Reis.
