A palestra “Oportunidades de Negócios gerados pela Inteligência Artificial” (Encontro com Especialistas), ministrada por Miguel Lannes, graduado em Engenharia da Computação pela UFRJ, Chief Artificial Intelligence Officer (CAIO) e colunista da Exame, apresentou vasta lista de exemplos de como a nova tecnologia pode ajudar a impulsionar as empresas. O encontro gratuito aconteceu no auditório do Centro de Convenções de Salvador, na sexta-feira (14), a partir das 19 horas.
A gestora de megaeventos do Sebrae Bahia, Simone Caleiros, destaca que a Inteligência Artificial facilita os processos dos negócios e na otimização dos lucros. “O que o empresário realizava de forma manual, atualmente, pode ser feito pelas várias formas de IA, o que confere um ganho de qualidade de vida, porque passa a sobrar mais tempo”, avalia. Ela aponta que, por exemplo, “hoje uma pessoa não precisa mais entender sobre fórmulas de Excel, porque a IA, através de uma descrição de um prompt consegue obter resultados que antes ela teria que fazer uma busca, ler um tutorial extenso e mesmo assim correndo o risco de não conseguir acertar”.
Miguel Lannes deu início à sua fala ressaltando que por trás de toda máquina e todo robô há sempre um ser humano e na Inteligência Artificial (IA) acontece da mesma forma. Segundo ele, a mídia no mundo inteiro tem noticiado que a IA tem sido comparada à descoberta do fogo, que irá destruir alguns empregos e criar tantos outros. “Notícias dizem que a Inteligência Artificial está mudando todos os setores: varejo; óleo e gás, seguros; e por aí vai”, avisa. Ele iniciou a apresentação com uma breve linha do tempo, lembrando que o surgimento da Inteligência Artificial ocorreu ainda nas décadas de 1950, com o surgimento dos primeiros computadores.
Ele lembra que, em 1971, a manchete da Exame apontava que o capitalismo estava em mudança e questionava quem sabia utilizar um computador, sugerindo que quem não soubesse usar um computador ficaria para trás. Em 2023, a mesma revista pôs na capa “O capitalismo vai mudar – quem sabe usar a inteligência artificial?”, novamente sugerindo que quem não se adaptar a essa ferramenta ficará ultrapassado. “As empresas que não utilizarem a IA vão quebrar, não vão conseguir competir à altura das outras que estão usando essa tecnologia”, frisa.
O especialista informa que existem milhares de tipos de Inteligência Artificial e, segundo ele, o ChatGPT é o mais indicado para ser aplicado em pequenos negócios. “É o mais fácil de se usar, é gratuito, basta ter um e-mail e oferece um resultado muito bom, ajudando a escrever texto, a desenvolver estratégias de marketing, como usar da melhor forma o próprio ChatGPT, dentre outras aplicações, auxiliando a pensar, na verdade”. Ele chama à atenção que as pessoas já começaram a utilizar a IA de forma individual e que os empreendedores mais antenados também já a estão utilizando.
Lannes ofereceu à plateia alguns exemplos de aplicação de Inteligência Artificial para ilustrar as inúmeras possibilidades de utilidade da ferramenta. Ele explicou como a partir de um prompt bem direcionado conseguiu criar uma coleção de moda; obteve uma análise de uma radiografia de vasos sanguíneos; elaborou o resumo de um livro; mostrou a experiência de uma pessoa cega que ouve pelo celular uma descrição da cena à sua frente; refinou uma pesquisa para a compra de um carro (melhor preço, configuração, riscos, etc.); e criou uma logomarca futurista para o Sebrae.
Em grande estilo, finalizou o encontro com a criação de um jingle para o Sebrae Bahia, a partir de pesquisa na internet sobre o ritmo atualmente mais ouvido no estado, somado ao conteúdo integrante do site da instituição, gerando assim um forró cuja letra apresenta os produtos, serviços e missão da entidade.