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Bahia registra 633,36 mil donas de negócios em 2023 

Pesquisa do Sebrae aponta que mulheres empreendedoras recebem menos apoio do que os homens quando decidem iniciar um negócio próprio
Por Marcia Gomes
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O DataSebrae, plataforma online e gratuita que reúne estudos e pesquisas com as principais informações estratégicas sobre os pequenos negócios brasileiros, acaba de divulgar relatório sobre o Empreendedorismo Feminino no Brasil com números referentes a 2023. O levantamento identifica algumas das principais características de empreendedoras tais como redes de apoio, condições familiares, perfil socioemocional e percepção sobre diferença de gênero. De acordo com o material, no quarto trimestre de 2023, as mulheres representavam 10,11 milhões (33,89%) dos empregadores ou trabalhadores por conta própria (formais e informais) brasileiros. Na Bahia, o mesmo período registrou 633,36 mil (32,94%) donas de negócios, dentre as quais 20% possuem CNPJ.

Ao estabelecer o recorte de gênero, a pesquisa revela que as mulheres recebem menos apoio para a gestão de suas pequenas empresas. Nove pontos percentuais separam o suporte oferecido por clientes e fornecedores a homens (43%) e mulheres (34%). Na Bahia, 55% das empreendedoras recebem apoio de cônjuge, mas 60% dos homens contam com esse tipo de auxílio. No país, as donas de negócios gastam 2,9 horas diárias com afazeres domésticos e os empreendedores dedicam 1,5 hora a estas tarefas.

O estudo também aponta sobre as donas de negócios que, a partir de 2022: 44% estão no Sudeste; 24%, no Nordeste; 15%, no Sul; e 8%, no Centro-Oeste. Em média, as empreendedoras têm um rendimento mensal de R$ 2.360, que representa 16% a menos que os homens, que ganham por mês cerca de R$ 2.737. No entanto, nas redes sociais, a predominância é feminina. A proporção de mulheres que vendem utilizando estes canais é de 77%, enquanto 67% dos homens trafegam por esses espaços. No WhatsApp, em especial, 87% das empreendedoras utilizam a ferramenta para viabilizar seus negócios e 81% dos homens utilizam o aplicativo para fazer dinheiro.

Quase metade dos empreendedores – tanto homens quanto mulheres – não obteve apoio de nenhuma instituição nos primeiros momentos do seu negócio. Já 40% disseram que foram auxiliados pelo Sebrae. A sondagem mostra que prefeituras brasileiras auxiliaram de alguma forma a 8% das empresárias. Na Bahia, 39% das mulheres receberam apoio do Sebrae; 2%, de prefeituras; 2%, de ONGs; 12%, de igrejas; 1%, de comunidade ou associação de moradores (1%); e 49%, de nenhuma instituição.

Empreendedoras baianas

“A Bahia saiu da marca de 625 mil (em 2022) para 633,36 (em 2023), no universo de empreendedoras. Os números refletem o trabalho do Sebrae, que acredita no protagonismo das mulheres”, destaca a gestora estadual do Sebrae Delas, Rosângela Gonçalves. Ela ressalta que o programa, atualmente, está focado na realização do Março Delas, que é um conjunto de capacitações e qualificação empresarial para mulheres, que acontece durante todo o mês de março, com programação intensa nas dez regionais da Bahia. “São mais de 100 eventos voltados para as pautas, necessidades e dores das mulheres empreendedoras”, completou.

Rosangela Gonçalves destaca que o setor mais representativo para as mulheres é o de serviços, com 53%, seguido pelo de comércio (27%). Dentro deste setor, as CNAEs (Classificação Nacional das Atividades Econômicas) que mais se repetem são Economia do Cuidado; Alimentação fora do Lar; Beleza e Estética; Saúde e Bem-Estar; e Moda. “Essa distribuição dos negócios segue essa tendência há algum tempo. Infelizmente, ainda temos uma penetração muito tímida de mulheres no agronegócio, na indústria e na área de inovação”, avalia. Para acessar o texto completo da pesquisa, basta acessar o link.