De 04 a 06 de setembro, 20 produtores de café de Senhor do Bonfim, Centro-Norte Baiano, participaram de Missão Técnica ao município de Piatã, na Chapada Diamantina. Organizada pelo Sebrae em Jacobina em parceria com a Prefeitura de Senhor do Bonfim, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário, a missão técnica possibilita a ampliação de conhecimento e expansão de horizontes dos cafeicultores.
Os cafeicultores bonfinenses visitaram quatro propriedades referência em qualidade e turismo – Fazenda Vista Alegre, Café Aroma da Chapada, Café do João e a Fazenda Taperinha -, e a Cooperativa de Cafés Especiais e Agropecuária de Piatã (CooPiatã), onde observaram técnicas de manejo, colheita, pós-colheita e trocaram experiências com incentivo às boas-práticas na produção do café.
De acordo com a gestora do Sebrae em Jacobina, responsável pelo Projeto de Café, Amanda Teixeira, a missão técnica teve um grupo de produtores engajado com a cultura do café, curioso e ansiando por informações que elevem a qualidade dos seus produtos.
“Foi uma jornada de aprendizado, inspiração e conexão com o que há de melhor na produção de cafés especiais da Bahia. A missão técnica à Piatã foi um passo importante para transformar conhecimento em qualidade. Acreditamos que ações práticas como essa têm alto poder de fixação, pois os cafeicultores conseguem vivenciar experiências de outros produtores. Esperamos bons frutos desta missão”, destacou Amanda Teixeira.
Secretário de Desenvolvimento Agropecuário de Senhor do Bonfim, Paulo Terra Nova, falou da satisfação e alegria de participar da missão técnica: “A relevância desta iniciativa é notável, não apenas sob a perspectiva técnica, englobando variedades, manejo e assistência técnica na cafeicultura, mas também no âmbito do associativismo. A visita à cooperativa local nos proporcionou uma compreensão profunda da importância e do valor que atribuem à sua organização, bem como a recomendação de que repliquemos essa experiência em nosso município”, pontuou Paulo Terra Nova.
O produtor de café em Senhor do Bonfim, Valtônio Antunes Guimarães, explicou que iniciou a sua trajetória na cafeicultura sem conhecimento prévio. “Após minha primeira colheita, pude constatar a complexidade da produção, que envolve adubação, cuidado com a planta e, principalmente, o pós-colheita. Anteriormente, não dispunha da estrutura necessária para realizar o pós-colheita adequadamente. Agora, com o conhecimento adquirido, poderei aprimorar a qualidade do meu café e ingressar no mercado de cafés especiais”, revela.
“Defino o aprendizado como uma experiência valiosa e contínua. Destaco a importância da experiência com os produtores de Piatã e agradeço o apoio do Sebrae e da Prefeitura de Senhor do Bonfim. Buscaremos implementar os conhecimentos adquiridos, certos de que trarão resultados positivos”, afirma o produtor Janeildo Dias do Carmo.
Já o técnico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Agropecuário, João Paulo Barbosa da Silva, os momentos vividos em Piatã foram extremamente proveitosos, com o contato com propriedades, tecnologias e métodos inovadores de processamento e fermentação, que serão de grande valia para os cafeicultores de Senhor do Bonfim.
“Estamos iniciando um novo projeto em nossa região, onde, embora tenhamos poucos cafeicultores em plena colheita, as expectativas de produção para o próximo ano são elevadas. Diante disso, antecipamos este processo, e a experiência que estamos tendo em Piatã é fundamental para compreendermos o funcionamento desse sistema”, ressaltou João Paulo Barbosa.
Ele ainda destacou que os produtores de café de Senhor do Bonfim estão aprofundando os conhecimentos sobre a produção de cafés especiais, uma prática essencial e de extremamente relevante às pequenas propriedades, representando uma forma eficaz de agregar valor ao produto.
Sobre o café brasileiro
O café foi introduzido no Brasil, para consumo interno, no Século XVIII. Atualmente, o país é o maior produtor e exportador de café do mundo. A cultura corresponde a 40% da produção global, com destaque para os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia. Já quando o assunto é consumo, ficamos na segunda colocação, atrás apenas dos Estados Unidos.
Além da grande área destinada ao cultivo, condições climáticas favoráveis, inovação, tecnologia e capacitações, transformaram o café brasileiro em um dos mais desejados de mercados exigentes.

