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Finalista do Prêmio Educador Transformador do Sebrae participa de painel no III ESG Fórum Salvador

Práticas de sustentabilidade em ambiente educacional e corporativo foram o foco da atividade
Por Marcia Gomes
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O segundo e último dia do III ESG Fórum Salvador, realizado no Porto Salvador no bairro do Comércio, apresentou, com início às 17 horas, o painel Cases, do qual participou a finalista do Prêmio Educador Transformador do Sebrae, Bianca Barreto. No encontro, que reuniu profissionais que fortaleceram o debate acerca das questões socioambientais, a professora – da rede municipal de Salvador e de São Francisco do Conde – discorreu sobre seu projeto inovador, “Educação Física e Letramento: construindo um Afrobeto voltado para o ensino fundamental”, uma forma revolucionária de alfabetizar crianças, a partir do contato com palavras de origem africana.

Além da educadora Bianca Barreto, participaram do painel o diretor-superintendente da OR na Bahia, Daniel Sampaio; o sócio-diretor da Startei (hub de inovação), Paulo Henrique Oliveira; e a gerente de Sustentabilidade do Grupo JCPM, Thayara Paschoal, mediados pelo presidente da Saltur, Isaac Edington.

A gestora do programa Educação Empreendedora do Sebrae Bahia, Ana Luci des Graviers, avaliou a participação de Bianca Barreto no encontro. “O projeto tem esse cunho de fazer com que a gente pense nas escolas com uma Educação Empreendedora que seja conectada à sustentabilidade, às competências socioemocionais. Trazer a professora Bianca Barreto aqui para esse evento é demonstrar que a gente reconhece esses professores e que essas ações são sistematizadas, que elas impactam positivamente os alunos e ESG é isso, é fazer com que isso aconteça”, pontuou.

Ser engenheira, professora de Educação Física, mestra em Educação e doutoranda em Dança são alguns dos atributos profissionais de Bianca Barreto. “Eu trabalho na perspectiva de reorganizar essa sociedade para que ela se torne minimamente pautada na equidade. Como educadora faço isso na escola e como engenheira levo essa perspectiva para todas as empresas para as quais eu dou consultoria”, explicou. Segundo ela, “ESG para muitos é uma sigla, mas vem para mim como um mecanismo de gerenciamento, porque fazer uma grande empresa entender que ela precisa pensar não só em fatores lucrativos mas também nos fatores sociais, ambientais e de governança não é fácil”, acentua.

Bianca Barreto revelou que percebeu a importância de criar o Afrobeto quando identificou que seus alunos ainda possuíam o déficit de formação étnico-racial que ela mesma tinha quando criança. “Se o professor que está na escola e tem que se utilizar das leis 10.639/03 e 11.645/08 (que incluem no currículo da rede de ensino História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena), o mínimo que é preciso se fazer é instrumentalizá-lo para tal. E se isso não está na universidade, como vai chegar à escola?”, questiona. “Os princípios do ESG estão pautados nas escolhas que a gente faz diariamente e estão comigo todos os dias, inclusive na sala de aula. E é assim que nasce o Afrobeto, a sequência afrodidática”, relaciona.

Daniel Sampaio apresentou algumas das práticas de sucesso que são desenvolvidas pela OR, (empresa de construção civil pertencente ao grupo Novonor, antiga Odebrecht), dentre elas: o Monvert (plantio de 1.700 mudas em variados locais de Salvador); o Programa Mulheres na Obra (inclusão de operárias nos canteiros de obras da empresa em inúmeras funções), no qual em um ano o quantitativo subiu de 17 para 73 mulheres atuantes; e a Casa Tupinambá (qualificação das artesãs de uma associação em Sauípe que produzem bolsas, sacolas e carteiras de palha). “Para ter consistência na sua atuação, qualquer empresa precisa ter bem definidos quais são os critérios que irá adotar em suas práticas de ESG”, afirmou, ao lembrar que a empresa atua tomando como base 9 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU).

“Falar de ESG não é falar de teoria, ESG é prática”, segundo Paulo Henrique Oliveira. Ele destacou a importância do painel de cases, porque em sua opinião ouvir o que outras empresas realizam no âmbito do ESG serve de inspiração para todos. Paulo Henrique apresentou como case da Startei – primeiro hub de inovação do Brasil com foco em ESG – o Planeta ODS, plataforma gamificada que utiliza como base os ODS para ajudar as organizações a construir suas estratégias e políticas de ESG, de modo colaborativo. “É um jogo de tabuleiro para até seis pessoas, de modo diverso, porque podem jogar CEOs, líderes empresariais, colaboradores, clientes, fornecedores, todos na mesma expectativa, utilizando essa inteligência coletiva para construir um desenho uno de ESG”, informou.

Thayara Paschoal apresentou o projeto desenvolvido no Salvador Shopping, um dos sete shopping centers diretamente administrados pelo Grupo JCPM. Sobre o case, ela frisa que, há pouco mais de dois anos, o grupo percebeu a necessidade de fazer uma renovação em seu manifesto de sustentabilidade. “Foi um grande desafio fazer ESG num shopping center, fazendo não só os colaboradores do grupo, mas os lojistas e seus colaboradores entenderem as iniciativas que estão ali para facilitar o processo”, disse. Segundo ela, o Salvador Shopping teve uma ideia que foi replicada nos outros shopping centers do grupo. “Selecionamos e preparamos jovens para atuar como agentes ambientais e eles fizeram esse aculturamento de loja em loja, conversando com os lojistas e explicando quais eram as iniciativas de sustentabilidade da operação”, concluiu.