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Guia de turismo encanta clientes com turismo de experiência em Salvador

Manifestações culturais que fazem parte do carnaval da capital baiana integram o rol de passeios oferecido pela SKtour
Por Rosana Silva
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Conhecer os pontos turísticos tem sido o interesse dos muitos visitantes que chegam a Salvador. Mas, a guia de turismo e consultora, Sayuri C. Koshima, da SKtour, também propõe aos clientes uma experiência turística embasada na vivência da cultura da cidade.

O gosto por viajar teve influência da família, que também gostava de viajar e de receber pessoas em casa. Após trabalhar 15 anos como advogada fora da Bahia, ela voltou e começou a atuar no ramo da hospedagem, aproximando-se da experiência turística. Passou também a fazer cursos na área.

Ao retomar o trabalho como advogada, em Salvador, um curso de guia de turismo chamou a atenção. “Todo mundo falava que eu deveria trabalhar como guia e cobrar para mostrar a cidade para as pessoas, mas não era a minha intenção naquele momento”, contou.

Sayuri não conseguiu recusar o convite para guiar um grupo de estudantes estrangeiros. O fato de falar inglês e espanhol fluentemente contribuiu para a decisão. “Aos poucos, fui consolidando uma marca minha de turismo de experiência. Meu primeiro cliente foi um curso de português para estrangeiros. Uma pessoa que vai ficar aqui um, dois meses ou duas, três semanas não pode fazer um tour de visitar apenas o Centro Histórico”, explica.

A partir do acompanhamento em Turismo Criativo, do Sebrae, Sayure também recebeu orientações da gestora de projetos do setor de turismo, Hirlene Pereira. “Com Sayuri, trabalhamos muito a importância de como sair um pouco da caixinha, algo que ela faz muito bem ao apresentar Salvador para esse turista, numa preparação para bem recebê-lo, ao levá-lo para vivenciar experiências”.

“Ela sai com os turistas no período do carnaval, faz roteiros diferenciados, leva para os espaços onde pode ter ensaio do Ilê Aiyê, do Olodum, dentre outros. Também faz roteiro, além de ir a comunidades, onde pode desenvolver uma interação”, descreve.

Desde o início do trabalho como guia de turismo, Sayuri já levava os clientes para conhecer a vida na cidade. “Desde o início na minha carreira, sempre fiz tour de levar as pessoas, sobretudo os estrangeiros, para vivenciar a cidade. Levava eles para a Feira de São Joaquim, para atravessar o mar até Plataforma, andávamos no antigo trem do subúrbio, expondo os clientes àquela vida”, conta.

No carnaval de Salvador não é diferente. Levar os visitantes para conhecer as manifestações da cultura negra é um dos objetivos do tour. “Meu carro-chefe do carnaval é a saída do bloco Ilê Aiyê, que ocorre no bairro da Liberdade, e a saída do Afoxé Filhos de Gandhy. Faço roteiros especiais para saídas, roteiros afrocentrados, visitas a empreendimentos de mulheres negras. Meus roteiros estão ligados ao tour no Centro Histórico de Salvador”.

Segundo a microempreendedora, a maior parte da sua renda vem do trabalho realizado como guia de turismo, que se deve ao serviço diferenciado que oferece.

“Hoje eu sobrevivo de turismo e 90% do meu rendimento vêm dessa atividade. Isso só é possível porque ofereço um produto diferenciado. Ofereço a Bahia com os olhos da Sayuri e não com os olhos que o turista quer ver. Por exemplo, não deixo de levar o turista ao Farol da Barra, mas vou falar sobre o edifício Oceania, do impacto dele dentro da Barra, um novo conceito de viver na década de 40. O turista precisa entender o que são aqueles edifícios dentro da cidade de Salvador”, explica.

Para Sayure, os visitantes ganham conhecimento a partir da vivência que fazem na cidade. “Faço muito com meu cliente o que gosto que façam comigo. Sei muito das necessidades das pessoas que viajam para Salvador, porque eu viajo. É importante dialogar com alguém que fale sobre a realidade da cidade, do ponto de vista de um baiano”.

“Posso falar de capoeira, mas o melhor é fazer um workshop de capoeira, com um mestre de capoeira e compartilhar aquele momento dentro da escola da capoeira. Posso falar sobre candomblé, mas a melhor maneira de vivenciá-lo é indo a uma casa de candomblé e falando com pessoas da religião de matriz africana”, frisa.

As mensagens sobre os novos olhares que os turistas adquirem sobre Salvador têm sido o indicativo de que ela tem realizado um bom trabalho. “Meus clientes dizem: ‘Sayuri, muito obrigado, porque me sinto mais confortável de estar em Salvador’. O meu melhor resultado é quando escuto de um turista que enxergou a cidade diferente por conta do meu tour”, comenta.