O último dia do Bahia Tech Experience (BTX25), maior feira de inovação e tecnologia da Bahia, teve como destaque, na tarde deste sábado (4), o painel “Investimento como porta de entrada para novos mercados”, no Centro de Convenções Salvador. Foram painelistas o MP Core Angels Atlantic, Maurizio Calcopietro, e a gerente de Inovação na Smau, Lucia Gambuzzi, tendo como mediadora a partner e COO na Globally, Fernanda Neumann.
A mediadora abriu o debate questionando os convidados sobre como as empresas brasileiras são vistas no exterior e qual a melhor forma de alcançarem investidores estrangeiros. “Nós atuamos ao lado de fundadores de startups, orientando-os a estabelecer contato com investidores e como obter dinheiro em escala global”, afirmou Lucia Gambuzzi. A Smau é uma plataforma italiana, referência para interagir diretamente com os protagonistas do ecossistema de inovação italiano.
Maurizio Calcopietro, que viveu no Brasil por 21 anos e atualmente reside em Lisboa, Portugal, identifica que há muitas similaridades entre Brasil e Portugal. “Há inúmeros anjos investidores que querem investir em startups brasileiras e da mesma forma existem empresários portugueses que têm como foco a ampliação de seus negócios no Brasil”, frisou. Ele também aponta que, para acelerar a entrada nos novos mercados, o fundador de startup deve conhecer o mercado que se pretende atingir. “Meu trabalho é conectar investidores com startups, que devem se acostumar com essa nova mentalidade de escalar os negócios internacionalmente”, disse Lucia Gambuzzi.
Sobre a arrecadação de fundos no exterior, Maurizio Calcopietro observa que é importante que o fundador entenda com precisão o conceito do seu produto e o local onde se pretende comercializá-lo. “O fato de ter funcionado em determinado país não significa que irá funcionar da mesma forma em outro país. E, é claro, saber falar inglês é um diferencial”, aconselha.
Lucia Gambuzzi também citou alguns critérios determinantes para uma startup receber investimento. “O fundador ao conversar com o investidor tem que mostrar que está no topo, que tem uma visão precisa do futuro. Deixar claro que se sabe exatamente quais os próximos passos que devem ser dados dá segurança”, frisa.
Fernanda Neumann pediu aos convidados que falassem sobre os erros mais comuns cometidos por startups ao tentarem obter investimento fora do Brasil. Para Lucia Gambuzzi, a comunicação bem estruturada é uma ferramenta valiosa. “Erros de comunicação se refletem nos negócios. O pitch também deve ser bem estruturado. Os aspectos ruins do contato com o investidor não serão esquecidos. Mas também é bom atentar para o fato de que não há ‘não’ para sempre. Quem diz ‘não’ hoje, no futuro poderá reconsiderar”, afirma. Na avaliação de Maurizio Calcopietro, não se deve citar os competidores no pitch, nem apresentar somente fatos positivos. “É interessante ser realista, mostrar a verdade, não ser arrogante e saber escutar”, comenta.
Pitch Stage
Após o painel, foi a vez de soltar o verbo no International Pitch Stage. Quatro representantes de startups baianas fizeram um pitch de 3 minutos e tiveram como jurados Maurizio Calcopietro, Lucia Gambuzzi, Richard Celm (Startupbootcamp) e Izzy Obeng (Foudervine), que ofereceram feedback instantâneo às apresentações. Ao final de cada explanação, os avaliadores perguntaram sobre detalhamento do produto, quem é a persona que consome o produto/serviço, qual o diferencial em relação aos competidores, entre outras questões.
O CEO da Impactaê, Jordan Mendes, foi o primeiro a discorrer sobre sua empresa. “A Impactaê é uma startup de impacto educacional, que atua no setor da educação pública”, disse. Na sequência, foi a vez do CEO da Athena Energy Office, Manoel Moreira, mostrar seu produto, uma plataforma que oferece soluções em aquisição de energia. “É uma ferramenta de inteligência de mercado, que auxilia empresas a comprar”, disse.
O terceiro a se apresentar foi o CEO da Cacaus Biocosméticos, Fábio Neves. A empresa já está operando, vende biocosméticos à base de resíduos da polpa de cacau em market places e em lojas de produtos naturais. Focada nas práticas de ESG de redução de impacto ambiental, está conectada às ODS 8, 9, 10 e 12 das Organizações das Nações Unidas. Segundo ele, os produtos não apenas estão afinados com práticas sustentáveis como também têm propriedades antioxidantes.
O último pitch da tarde foi do CEO da Vertex4D, Mario Abram. A plataforma tem como função captar e processar grandes volumes de informação e produzir relatórios detalhados, com aplicação, especificamente, na área da construção civil. “É direcionado ao público B2B e B2C”, explicou.

