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Apresentar as principais tendências, conhecimentos e temas discutidos na NRF Retail’s Big Show (2014), maior feira de varejo do mundo, foi o objetivo da palestra “Pós-NRF”, que aconteceu nesta quinta-feira (22), na Agência Sebrae Costa Azul, em Salvador.
O evento foi promovido pelo Sebrae Bahia, Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio), Federação das Câmaras de Dirigentes do Estado da Bahia (FCDL-BA) e Câmara de Dirigentes Lojistas de Salvador (CDL). Na ocasião estiveram presentes o superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, o presidente da Fecomércio, Kelsor Fernandes, o diretor-presidente da CDL (Salvador), Alberto Nunes, e o presidente da (FCDL-BA), Pedro Failla.
Na ocasião, o anfitrião e superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, agradeceu a presença das instituições parceiras e dos presentes. “Estamos de braços abertos recebendo vocês. Essa e a missão do Sebrae em orientar, informar e capacitar todos aqueles que fazem nosso comércio, serviço, indústrias e agro”, pontuou.
O presidente da Fecomércio Bahia, Kelsor Fernandes, falou da importância de realizar o evento com as instituições em prol do comércio varejista e ressaltou a importância de defender os direitos do setor. “Quero chamar a atenção para a necessidade da proteção desta atividade econômica. Já enfrentamos muitas lutas que travamos para intervir em injustiças para proteger nossos representados. Nos colocamos à disposição de todos vocês”, disse.
O presidente da CDL Salvador, Alberto Nunes, agradeceu às instituições parceiras, ao conselho do Sebrae e falou da importância do evento. “É importante que nós, lojistas, associados à CDL, à Fecomércio, possamos ter a visão do que acontece hoje no mundo inteiro”, pontuou. Já o presidente da FCDL-BA, Pedro Failla, também saudou as instituições parceiras e os participantes. “Eu quero agradecer a todos, em nome de todos os parceiros que tornaram possível esse evento”, concluiu.
NRF Retail’s Big Show (2024)
A NRF é a maior feira de varejo do mundo. Ela acontece há mais de 100 anos em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Este ano, a NRF Retail’s Big Show ocorreu de 11 a 19 de janeiro. O coordenador de Mercado e Internacionalização do Sebrae Bahia, Leonardo Teles, explicou sobre a relevância de trazer informações sobre a NRF (2014) e compartilhá-las com o público presente.
“Falamos de um dos maiores eventos de varejo do mundo, realizado pela Federação Americana de Varejo. É um lugar que traz as principais tendências do que eles enxergam, baseado em dados, baseado na movimentação do varejo americano, mundial. Na NRF se discutiu por muito tempo algo como o fim das lojas físicas. Não, não existe o fim das lojas físicas, existe uma adaptação dessas lojas, por exemplo. São discutidas tendências de alto tecnologia, como a tendência de humanização do varejo, da importância da venda olho no olho, mesmo que se acredite que haverá a sobreposição do tecnológico sobre o humano. Mas isso não existe, porque o humano realiza a interação”, explicou o coordenador.
As tendências para o setor do varejo, tratadas na NRF 2024, foram apresentadas por Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, Boutique de Estratégia de Varejo e Consumo, que atua como consultor em varejo e consumo há mais de 35 anos.
Em sua palestra, o consultor mostrou cinco agendas para o momento do varejo atual. “Temos tudo para ter o melhor ano, porque todos os indicadores que impactam o varejo estão melhorando no Brasil. Mas, não é um ciclo de esperar a demanda voltar, mas de buscar as oportunidades com salto de eficiência”, disse.
Agendas
Inteligência Artificial: O uso da Inteligência Artificial (IA) pode incrementar as atividades nas empresas, segundo o Serrentino. “A IA potencializa os negócios porque é possível tomar decisões mais granulares, com mais dados, mais brevidade e segmentação e, assim, conseguir saltos de produtividade”, apontou. O consultor explicou que a experimentação é o caminho para as empresas começarem a utilizar esse recurso. “Use a IA nas atividades que faz e comece a melhorar a qualidade das informações, o uso da análise e das decisões. Isso cria um ciclo virtuoso. Se aprendermos a usar isso e escalar, tudo o que faremos irá melhorar”, explicou.
Otimização e Robotização: A otimização é qualquer atividade que possa ser melhorada, como explica Serrentino. “Otimização da gestão de estoque, da gestão de cadastro, planejar bem, comprar bem. Isso será muito melhor com a otimização”. Segundo o consultor, os bots de atendimento promovem a otimização do negócio. “Os bots inteligentes entendem seu problema, sua pergunta, e lhe endereçam para que você resolva o problema. E o consumidor resolve o problema só, sem buscar ajuda. A produtividade daquele atendente é muito melhor”, diz. Já o uso da robotização interessa para a resolução de problemas práticos.
“Agora, é descobrir quais as causas de uma máquina fazer algumas tarefas melhor que nós e deixar as funções mais nobres para as pessoas executarem. A robotização tem sido usada de formas diferentes, a exemplo da movimentação de produtos pesados”, frisa.
Varejo orientado por serviço e ‘retail media’: Essa agenda irá gerar oportunidades. O e-commerce leva o consumidor ao comportamento racional de ir ao digital para buscar a solução para uma necessidade específica. Mas, isso tem se modificado. “A live commerce tem provocado mudanças no padrão de jornada do consumidor. Ele não vai mais da busca da necessidade para busca do que precisa. Ele passa a se entreter com o vídeo, que desperta uma necessidade. Na China se vende absolutamente tudo por live commerce”.
Loja ‘Hub’: Segundo o consultor, a loja física tem importância no momento atual, mas é preciso repensá-la. “O papel da loja física é fundamental no varejo. É e será relevante, mas será preciso interpretá-la. Entender que loja é essa, em que função ela atua? As pessoas estão comparando menos nas lojas, porque já comparam online, elas estão indo mais decididas e informadas. Mas, a grande maioria dos varejistas não consegue disponibilizar para o cliente o estoque da loja em tempo real. Por isso, muitas empresas usam as lojas franqueadas como ponto de estoque avançado para fazer vendas digitais”.
Para Serrentino, a loja hub ganha muita relevância, porque é possível melhorar a jornada do consumo, com o hub logístico, o hub de serviço, além de produzir conhecimento a partir dos dados dos clientes.
Liderança 3D – Temas estratégicos: Diante das agendas, as mudanças precisam ser realizadas, ainda que não sejam feitas de uma só vez. O líder é o responsável por promover o início das mudanças. No que diz respeito à digitalização em IA, é preciso buscar otimização, automação retail media, entre outras. A sustentabilidade é um dos temas a ser considerado, a partir do impacto mensurável, da circularidade, do senso de urgência, energia limpa, entre outras. Já os resultados precisam mostrar o crescimento, lucratividade, liquidez e clientes.
Para a Carla Ramos, proprietária da Carla Cake’s, do ramo de confeitaria, a participação na palestra trouxe conhecimentos e insight para gerir seu negócio. “Essa palestra foi tão chamativa aos meus olhos. Estou aqui para aprender um pouco mais sobre como captar esse novo cliente. Destaco o tema da loja diferenciada, de que se falou aqui, para trazer de volta a cultura do querer estar na rua comprando, de estar num ambiente que proporcione uma experiência única e faça o cliente ser fiel. Isso chamou muito a minha atenção”, contou.
