O mês de outubro marca um momento importante para os produtores rurais dos municípios de Santana, São Félix do Coribe, Serra Dourada, Cristópolis, Correntina e Santa Maria da Vitória, no Oeste baiano, isso porque produtores desses municípios fizeram parte do 2º curso ‘Produção de queijos artesanais’, realizado nos dias 2 e 3, na cidade de Santana, pelo Sebrae em Barreiras, em parceria com a prefeitura. Ministrado pelo mestre queijeiro Amaro Ezequiel, o treinamento teve o objetivo de aperfeiçoar os conhecimentos dos participantes quanto a melhoria do processo de produção, maturação e armazenagem do queijo. O encontro teve ainda a participação online do consultor, Ricardo Borges, que falou sobre marketing, uso de embalagens como diferencial dos produtos na prateleira, acesso a mercado e formação de preços.
“O Sebrae já vem trabalhando esse projeto de queijo artesanal desde 2021, que iniciou por outras regiões. Sabemos que eles já sabem fazer o queijo, mas o que queremos é agregar valor ao que já é produzido. O curso teve a finalidade de melhorar a aparência, a forma de maturação e diminuir os custos da produção justamente para que possam agregar valor e ter uma maior rentabilidade com o produto e os participantes ganharam muito aprendizado, principalmente na forma de fazer a maturação e a produção porque só produziam o queijo tradicional. Então, aprenderam a variar um pouco mais o produto”, explica o analista técnico do Sebrae em Barreiras, Jocelino Menezes.
Os 18 participantes dos cinco laticínios presentes fabricam queijo tradicional que, hoje, vai para o mercado ao preço de R$ 35 reais, mas depois da capacitação, o produto pode dar um salto no valor ofertado, chegando a R$ 60 reais. Durante o curso, eles aprenderam a fazer queijos em diversos sabores – maturado no vinho, defumado ou maturado em outras frutas, por exemplo. O produtor, Lindauro Mota, já percebeu que, de fato, haverá mudanças em relação a lucros.
“Na verdade, a gente produz leite e vendia para o laticínio a R$ 1,70 o litro, e o curso veio ampliar a nossa visão que já fazia um queijo tradicional do jeito que os nossos pais faziam. Agora, aprendemos a fazer o queijo artesanal com o conhecimento mais científico sobre higiene, sobre a pasteurização do leite para que ele tenha mais qualidade para que o queijo seja feito. Mudou todo o conceito que usávamos no dia a dia”, afirma Lindauro Mota, que já está trabalhando com o queijo artesanal. “Incrementamos a nossa produção e o cliente que comprava com a gente percebeu a diferença. Depois do curso, a qualidade é outra. A nova técnica veio transformar a vida do pequeno agricultor”, salienta.
Para a presidente da Central das Associações de Agricultores de Santana, Luciene Moreira dos Santos, os produtores do município foram beneficiados com a capacitação. “Nossos agradecimentos ao Sebrae por mais essa formação, onde nossos produtores, familiares poderão agregar valores aos seus produtos e produzir cada vez mais com maior qualidade e quantidade para gerar renda familiar e, até mesmo, impactando positivamente na economia do nosso município”, conta.
Hoje, a região Oeste tem 369 empreendimentos mapeados através da consultoria de implantação do SIM, realizada pelo Sebrae. Desse total, 51% são da cadeia produtiva do leite. Em 2019, eram apenas 90 empreendimentos, um crescimento que conta com as capacitações ministradas pelo Sebrae. O 1º curso de Produção de queijos artesanais foi oferecido para os participantes do V Encontro do Leite do Oeste da Bahia, que aconteceu de 27 a 30 de setembro, no município de Luís Eduardo Magalhães.

