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Sebrae apresenta o painel Transição Energética – energia solar como uma alternativa viável

Encontro reuniu empresários e representantes do setor público engajados no enfrentamento à mudança climática e fomento aos pequenos negócios de energia renovável
Por Marcia Gomes
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O painel “Transição Energética – energia solar como uma alternativa viável” reuniu empresários e diversos atores do setor de energia limpa no auditório do Sebrae Bahia, no Costa Azul, nesta quinta-feira (25), a partir das 18 horas, marcando espaço no enfrentamento à mudança climática global e fomento dos negócios nesta área. O encontro discutiu a expansão do segmento na Bahia e no país, apontou como o estado deslancha como o segundo maior produtor de energia solar em nível nacional e como esse potencial impacta positivamente a indústria e o comércio, a partir da economia de 95% no consumo de energia, com payback em dois anos, após o investimento inicial com a instalação dos equipamentos.

O encontro foi uma realização da Associação Baiana de Energia Solar (ABS), com patrocínio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), apoio do Sebrae Bahia, da Fortilev Solar, da Secretaria de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Sendec) de Salvador, da Fecomércio-BA e da Solplanet.

Na abertura, o superintendente do Sebrae Bahia, chamou a atenção de todos para a relevância do tema. “Não temos dúvida da importância desse momento. A mudança climática é um problema sério e se adequar a esse novo momento é fundamental. Um dos instrumentos de combate é justamente esse que nós discutimos aqui hoje: a energia solar. Vocês têm nosso apoio, no sentido de estarmos juntos nessa luta, para que possamos superar essa ‘senhora’ (a mudança climática), que vai nos dar muito trabalho”, pontuou.

O presidente do Conselho Regional de Técnicos da Bahia (CRT-BA), Sandro Augusto Silva, mediou os convidados que compuseram o painel: Franklin Santos, diretor Técnico do Sebrae Bahia; Nelson Daiha Filho, superintendente executivo da Fecomércio-BA; Vladson Menezes, superintendente da Fieb; e Maria Eduarda Lomanto, diretora do Trabalho e Empreendedorismo da Sendec.

O diretor Técnico do Sebrae, Franklin Santos, lembrou que o consumo de energia representa cerca de 40% da planilha de custos das empresas baianas. Segundo ele, pouco mais de 98% dessas empresas são micro e pequenas, o que as torna um mercado significativo e potencial para os empreendedores que comercializam soluções de energia solar fotovoltaica, como alternativa de produzir mais gastando menos. “Se vocês não observarem esse mercado das micro e pequenas empresas do interior vocês estarão deixando de lado uma parte importante do mercado”, advertiu ao se dirigir aos empresários.

De acordo com Franklin, apenas 14% das micro e pequenas empresas baianas utilizam energia solar. “Essa parceria é frutífera para nós, porque podemos gerar possibilidades para as micro e pequenas empresas que precisam melhorar sua produtividade com uma fonte de energia mais barata, mais limpa, renovável e sustentável. Vocês têm 86% de um mercado precisando dessa fonte”, grifou.

O idealizador do painel, o presidente da ABS (fundada em 2018), Marco Rêgo, enfatizou os quatro principais objetivos da entidade: capacitação técnica, associativismo, atuação regulatória e assessoria jurídica. “O principal desafio de ser pioneiro é unir as pessoas, lançar CNPJ, fazer as coisas acontecerem. E nós começamos a perceber de fato o surgimento de um movimento associativista”, recorda. Ele destaca que a Bahia é a principal produtora de energia solar do Nordeste e o segunda colocada nacionalmente. “O Sebrae, sem sombra de dúvidas, é o nosso grande parceiro e tem nos ajudado muito, fortalecendo essa agenda da transição energética”, disse.

Ao discorrer sobre a importância da energia solar no âmbito das indústrias baianas, Vladson Menezes, comentou que este setor é de alta relevância no consumo de energia. “A Bahia em 2023 ficou em 7º lugar no consumo de energia elétrica no país. E é importante perceber que o consumo da energia industrial foi quase 40% do consumo de energia no estado, por essa característica de setores eletrointensivos e pela concentração em grandes indústrias e, portanto, a transição energética tem sido cada vez mais relevante”, disse.

Segundo Vladson Menezes, a produção de energia com fontes renováveis na Bahia chega a 93%, enquanto no país esse percentual é de 60%. “Produzimos o mapa eólico e o mapa solar para identificar onde na Bahia temos o maior potencial para o desenvolvimento dessas energias, bem como o mapa do hidrogênio verde. A Fieb busca aproveitar e estimular o aproveitamento desse potencial, extremamente importante no combate às mudanças climáticas”, frisou.

Bahia Solar

O Sebrae Bahia lançou o Programa Bahia Solar, desenvolvido com o objetivo de oferecer soluções técnicas para empreendimentos de energia solar fotovoltaica. Durante o evento, a gestora do projeto de energias renováveis do Sebrae Bahia, Hirlene Pereira, apresentou os passos que compõem a nova ferramenta. O start foi dado em janeiro, quando foram selecionados os consultores que irão auxiliar na formação dos empresários que aderirem à trilha. O programa segue até dezembro deste ano e o projeto tem a previsão de duração de três anos.

O Bahia Solar vai oferecer consultoria de marketing e vendas e de gestão nas áreas: estratégica e planejamento empresarial; comercial e inteligência de mercado; de processos; financeira e de pessoas. “Os principais resultados que advirão desse programa serão principalmente melhoria da gestão dessa empresas de energias renováveis, porque muitas são pequenas e microempresas. Alguns donos são técnicos ou representantes comerciais que decidiram empreender, então o processo de gestão que eles desenvolvem ainda é incipiente. E o programa também vai auxiliar as empresas para que elas possam se apresentar ao mercado de forma mais consolidada e profissional”, avaliou a gestora.