
Promovido pelo Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), com apoio do Sebrae, o seminário “Economia “Sem Restrição” /Inclusão: Economia Circular, Economia Solidária e Oportunidades de Inclusão Socioprodutiva” foi tema de debate por ocasião do segundo dia da Semana do Economista, nesta sexta-feira (23). O evento foi realiado no auditório do Sebrae, no Costa Azul, em Salvador. Foram expositores o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (SETRE-BA), Davidson Magalhães; o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), Ângelo Almeida; e a coordenadora do Comitê de Sustentabilidade do Sebrae Bahia, Márcia Suêde.
O encontro teve ainda como debatedor o coordenador do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da UFBA, Genauto França Filho, e como mediadora a professora de Economia da UESC e conselheira do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA), Helga Dulce.
Para o superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, a Economia Solidária é um alvo que todos os atores envolvidos devem dar as mãos para atingir. “Não é fácil alcançar esse objetivo, mas se houver predisposição das diferentes instituições tudo fica menos difícil. Parabenizo a presidente do Corecon-BA e também gerente-adjunta da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Isabel Ribeiro, pela iniciativa do evento, o governo do estado, representado pelos secretários Ângelo Almeida e Davidson Magalhães, o professor Genauto França e a professora Helga Dulce”, ressaltou.

O secretário Ângelo Almeida apresentou o painel “Economia Circular: políticas públicas de estímulo à Economia Circular no estado da Bahia” e discorreu sobre algumas políticas públicas que têm sido implementadas, tais como a assinatura do Decreto 12.082/24; a tramitação do projeto de lei que institui a Política Nacional de Economia Solidária; e o Programa Nova Indústria Brasil, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
O titular da SDE listou ainda alguns cases da Bahia. “São ótimos exemplos a Nectare, que utiliza os resíduos do coco para geração de energia; a Polo Salvador, indústria têxtil pioneira na implantação de técnicas de economia circular na produção de vestuário; e a montadora BYD, cujo planejamento da produção tem atenção no ciclo de vida do produto, de forma integrada, sobretudo no que diz respeito à reciclagem das baterias dos carros elétricos”, destacou.
O secretário Davidson Magalhães falou sobre Políticas Públicas de Estímulo à Economia Solidária que têm sido implementadas na Bahia, dentre elas a qualificação profissional e a intermediação de mão de obra, criando um ambiente institucional favorável à atração de investimentos. “Essas políticas que estamos desenvolvendo ocorrem num quadro favorável, por conta de importantes iniciativas que estão ocorrendo no Brasil, como a nova política industrial, uma política de ciência e tecnologia, com aumento real do salário mínimo, que tem impacto muito grande na Bahia, em função de sua matriz econômica e pela estrutura do seu mercado de trabalho”, frisou.
Márcia Suêde tratou da atuação do Sebrae Bahia nas práticas de ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês – Ambiental, Social e Governança) e inclusão socioprodutiva dos pequenos negócios. De acordo com ela, o Banco Mundial elabora todo ano um panorama de riscos que aponta que nos próximos dois anos o maior risco seriam as fake news (notícias falsas). “Nos próximos 10 anos os quatro riscos mais importantes estão ligados ao meio ambiente. E a perda da biodiversidade impacta diretamente na economia circular e nos pequenos negócios”, adverte.
O professor Genauto França Filho sintetizou a fala dos painelistas e chamou à atenção para como o processo de degradação do meio ambiente torna explícito o modelo econômico divorciado da sociedade. “Nós vivemos um problema na dinâmica no desenvolvimento da sociedade que pode ser resumido numa chamada tripla insustentabilidade, de natureza socioambiental, ecológica e socioeconômica, que também pode ser chamada de desigualdade. E é essa insustentabilidade ambiental social que nos indica o caminho e a necessidade para a construção de uma chamada transição socioambiental”.

