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A XVII Rodada de Negócios do Artesanato Referência da Bahia, promovida pelo Sebrae em parceria com o Sistema Faeb/Senar, começou na quarta (9) e segue até esta quinta-feira (10), no Wish Hotel da Bahia, em Salvador, reunindo cerca de 90 unidades produtivas de artesanato provenientes de diferentes destinos turísticos da Bahia. O salão é exclusivamente direcionado a lojistas e compradores dos principais mercados de artesanato do país, e integra o projeto Artesanato Bahia Original 2025. Cerca de 40 lojistas de todo o país participam do evento, com o objetivo de comprar peças dos mais variados tipos de artesanato, tais como bolsas, bijouterias, biojoias, cestarias, cerâmicas, roupas, artigos religiosos, dentre outros itens.
O superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, visitou a exposição no primeiro dia e comentou sua importância. “O que acontece aqui é mais que uma simples exposição. Trata-se da integração de artesãos com aqueles que têm a oportunidade de adquirir produtos e colocá-los à venda nos principais centros do nosso país. Por isso, este é um momento ímpar”, disse. Jorge Khoury ressaltou ainda não apenas o alto padrão de qualidade das peças, mas frisou a enorme variedade de materiais empregados nos produtos, oriundos de todas as regiões da Bahia, refletindo as respectivas características culturais dessas localidades.
“Todos os produtos expostos na rodada são resultado das consultorias aplicadas pelo Sebrae durante anos. A partir dessas consultorias, percebemos a evolução de cada unidade produtiva, no design e desenvolvimento de coleção de produtos, na precificação a varejo e no atacado, no marketing digital”, destacou a coordenadora de Economia Criativa do Sebrae Bahia, Tatiana Martins. Segundo ela, o faturamento da 16ª da rodada foi de aproximadamente R$ 2 milhões e a expectativa para este ano é a de superar R$ 2,5 milhões.
Um dos participantes deste ano é o dono da Marco 500, Marco Aurélio Pulcherio. O empresário faz a curadoria de exposições e comercializa artesanato brasileiro no atacado para lojas de decoração no Brasil e, em Portugal, possui um polo de distribuição desses produtos para a Europa. Ele recorda que participa do encontro desde a segunda edição. “Acompanho de perto esse evento e me sinto um parceiro, um entusiasta. Essa rodada é a mais incrível que existe no país, a mais bem organizada. O lojista é bem recebido e tudo que nós pontuamos a equipe do Sebrae nos atende com excelência. Além disso, a qualidade dos produtos é impecável”, observa.
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Quilombolas
José Roque Azevedo Assunção (Trançart) atualmente vive em Ituberá, mas é originário do Quilombo Boitaraca, em Nilo Peçanha. Ele produz artesanato de piaçava há 30 anos e há cinco anos está na rodada de negócios do Sebrae. Além de criar cestarias, cachepôs, tapetes e variados artigos, já ensinou o ofício a mais de 300 artesãos. Algumas de suas peças estão no catálogo “Piaçava pelo olhar artesão”. “Eu produzia essas peças, mas não tinha local certo onde vender nem era valorizado. Através do Sebrae, tivemos a oportunidade de participar de rodadas de negócio e participar de eventos em São Paulo e Brasília. Em Salvador, já participei duas vezes da e-Agro. A partir daí, meu trabalho passou a ser conhecido”, disse.
Daniela Lacerda da Conceição é integrante da comunidade quilombola Lagoa Santa, em Ituberá, e produz artesanato de piaçava há 19 anos. Ela aprendeu o ofício com a mãe, que foi aluna de José Roque Azevedo Assunção. “Hoje somos um grupo de mulheres em Lagoa Santa que trabalha com cestaria. E a melhor coisa foi a chegada do Sebrae na nossa vida, porque aprendemos a trabalhar com autonomia. Inicialmente, fazíamos parte de uma cooperativa, mas agora somos uma associação e negociamos direto com os clientes. E antes do Sebrae nunca tínhamos participado de um evento como esse”, comenta.
Laiane da Silva Brito Pinheiro é integrante do Quilombo Mangalô, em Coração de Maria. Ela aprendeu com os pais e primos a produzir peças de trançagem em cipó (cestos, bandejas, garrafas ornamentais, entre outros). “Os consultores do Sebrae têm sido muito importantes para a nossa comunidade, ajustando vários detalhes no nosso trabalho e sobretudo elevando nossa autoestima, nos direcionando a sempre melhorar”, frisa.
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