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O terceiro e último dia do Bahia Tech Experience (BTX 2023), maior evento de tecnologia e inovação da Bahia, começou na manhã deste sábado (30) com o painel “Desvendando os ecossistemas de inovação da Europa”. Compuseram o debate o diretor executivo da Obidos Tech Park, Miguel Silvestre (Portugal), o líder de Projeto Sênior da EBN, Rúben Carrandi (Espanha), e o fundador da Change Ventures, Yrjö Ojasaar (Estônia), mediados pelo gerente nacional da uGlobally, Rodrigo Mendes (Brasil).
A BTX teve início na quinta (28), no Parque Tecnológico da Bahia, no Trobogy, numa realização do Sebrae e da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), em parceria com ABAS Startups, One Nation, BahiaGás, Fábrica Cultural, Huawei, One Nation, Parque Tecnológico e Solvum.
O gerente do Sebrae em Salvador, Rogério Teixeira, avalia o encontro como inovador no próprio conceito. “É um total sucesso essa iniciativa do Sebrae e a Secti e todos os outros parceiros. Colocamos mais de 100 empresas baianas fazendo negócios, startups, empresas do ramo de alimentação, cervejaria, sendo que mais de 98% são baianas. Ficamos muito felizes com isso e já estamos ansiosos para a segunda edição”, disse o gestor. Segundo ele, cerca de 2 mil pessoas diferentes estiveram presentes desde a abertura, com um total de mais de 4 mil inscritos.
No painel, ao dialogar sobre o cenário de inovação na Europa, Miguel Silvestre pontuou que atualmente as agendas políticas daquele continente estão focadas nos mercados digitais, com especial atenção em segurança e importação de dados, gerenciamento e regulamentação. Ele frisou que essas temáticas, amplamente discutidas nos países europeus, serão tema de discussão em outros países do mundo no futuro.
Rúben Carrandi revelou que as empresas europeias estão em busca de talentos para compor suas equipes. “Há oportunidades para pessoas que querem desenvolver suas habilidades”, disse. E Miguel Silvestre complementou com a dica: “As empresas estão treinando os profissionais para desenvolverem suas aptidões. Não há material humano suficiente que disponha das habilidades necessárias na Europa”.
Yrjö Ojasaar lembrou que seu país, inevitavelmente, está direcionado ao mercado internacional. “Nós temos uma população de pouco mais de um milhão de habitantes. Nascemos para ser globais, porque não dá pra gente se desenvolver somente no mercado interno com tão poucas pessoas. Sendo assim, tivemos que nos internacionalizar”, assegurou, ao afirmar que seu objetivo principal é mudar o mundo “e para isso é preciso ir para o mundo”.
Como conselho para o empreendedor brasileiro, Miguel Silvestre frisou que é necessário ser menos humilde. “O empresário brasileiro tem que ser mais arrogante para entrar no mercado em Portugal. É preciso acreditar no seu potencial”, reforçou. Já Yrjö Ojasaar indicou que uma das principais estratégias para se obter sucesso é conhecer bem o cliente e suas dores. “Tudo muda quando se resolve o problema do cliente”, completou.
Startup
Camila Silveira, advogada e professora universitária, é a CEO da startup Amorídico, uma das 100 startups selecionadas para expor na BTX 2023. Desde 2022, atua no ambiente jurídico, preparando para o mercado estudantes e profissionais de Direito que desejam empreender no segmento. “O fato de ser uma mulher preta, jovem e mãe, que viveu uma realidade dolorosa na advocacia, num ambiente de conservadorismo, me levou a me movimentar para outros caminhos, nos quais me conectei com o empreendedorismo da tecnologia e da inovação, onde identifiquei grande ausência da atuação jurídica”, comentou.
A partir da veia educacional, Camila viu a possibilidade de empreender na perspectiva do conhecimento jurídico que possui. “Daí surgiu a Amorídico, que nada mais é do que a soma de ‘amor’ com ‘jurídico’”, explicou. Segundo ela, o nome surgiu como uma possibilidade de o profissional do Direito enxergar a felicidade no ambiente de trabalho.
A Amorídico comercializa três serviços. No Class, tíquete baixo, são geradas diversas possibilidades a partir de aulas e muita conversação, introduzindo os conceitos de empreendedorismo de tecnologia e negócio para pessoas com conhecimento jurídico. “A gente atua com um público desde quem está no início da faculdade até pessoas já formadas que querem remodelar o seu negócio. Preparamos o estudante de Direito para agir e começar a ganhar dinheiro ainda na faculdade”, esclarece Camila.
O tíquete médio é a Consultoria, onde acontece o momento individualizado, retirando dúvidas pontuais. Por fim, chega-se à fase de Mentoria, quando acontece o desenho do negócio e o projeto imaginado pelo cliente vai para o papel, para que as metas (em curto, médio e longo prazos) sejam definidas, através de planejamento estratégico. “Depois disso, a pessoa caminha durante quatro meses com as próprias pernas e então retomamos o contato para avaliação do processo”, finaliza a empresária.
