Agência Sebrae de Notícias

Nascida e criada na comunidade de Campo Largo, em Caculé, Gilmara Silveira carrega no coração a essência da vida no campo. Filha de pais não alfabetizados e integrante de uma família simples com quatro irmãos, aprendeu desde cedo que a vida exigiria esforço e resiliência. “Já fui babá em troca de estudo e comida, já fui feirante, já vendi leite… e em cada fase, encontrei a força que não sabia que tinha. Porque, para mim, desistir nunca foi uma opção”, relembra a empreendedora.

A produtora rural se formou em Serviço Social, atua como voluntária, preside uma associação e é coordenadora do Festival do Maracujá, evento que se tornou símbolo de cultura e união na comunidade. Ao lado do marido, que define como seu maior incentivador, Gilmara encontrou no cultivo do maracujá um divisor de águas na vida da família. “O maracujá é muito mais do que uma fruta para a nossa região, ele é símbolo de trabalho, união e oportunidade”, afirma Silveira.

Em quatro anos, a produção cresceu e abriu espaço para novos projetos, como a implantação de uma agroindústria para beneficiamento da fruta. A meta é agregar valor, gerar renda e eliminar intermediários, garantindo que a comunidade colha mais frutos, no campo e fora dele.

Ao saber que era finalista do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, a emoção tomou conta da produtora. “Ser finalista não é apenas um título, é a confirmação de que a força, a garra e o amor pelo que faço estão sendo vistos e reconhecidos. Representar minha comunidade e tantas mulheres do campo, que lutam todos os dias para transformar a própria realidade, é um orgulho imenso”, destaca a empreendedora.

Analista técnica do Sebrae em Guanambi, Jéssica Lopes entende que presença de Gilmara na premiação reflete a potência empreendedora da região. “O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios é uma grande vitrine para mostrar histórias de coragem, inovação e transformação. Mais do que reconhecer trajetórias de sucesso, ele inspira outras mulheres a acreditarem no seu potencial e a empreenderem com propósito”, ressalta a analista.

Agora, Gilmara segue representando o campo, as mulheres e a força de uma comunidade inteira, levando para a etapa estadual da premiação a história de quem, com pés firmes na terra e olhar no futuro, colhe sonhos e semeia oportunidades. “Eu quero que minha história mostre para outras mulheres do campo que, mesmo com dificuldades, é possível crescer, conquistar e transformar vidas. Quando uma mulher vence, toda a comunidade vence junto”, concluiu a produtora.