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Circuito AfroPotência ensina a alavancar negócios com comportamento empreendedor

Iniciativa do Sebrae Plural visa contribuir para o fortalecimento do afroempreendedorismo para ocupar espaços estratégicos
Por Rosana Silva para ML Comunicação
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Palestra, bate-papo, e relatos de empreendedoras. Essa foi a programação do Circuito AfroPotência, realizado na manhã de terça-feira (25), no SebraeLab, localizado no Espaço Colabore, em Salvador. O conteúdo incluiu estratégias comportamentais para superar desafios e ocupar espaços importantes para o desenvolvimento dos negócios.

A gestora do Sebrae Plural em Salvador, Taiane Almeida, explicou a importância de trabalhar no evento o tema das habilidades empreendedoras e fez uma referência ao seminário Empretec. “O Sebrae já possui treinamento baseado no comportamento dos empreendedores de sucesso, que a ONU mapeou pelo mundo, e nada mais justo que, no mês da Consciência Negra, a gente possa trazer este tema para os afroempreendedores, a fim de que entendam que o comportamento deles tem impacto direto na forma como fazem a gestão dos seus negócios e o sucesso que podem ter no mercado”.

A empreendedora Adeli Maria Rocha, fundadora da empresa As Marias Ateliê, especializada em brinquedos afetivos, representativos, com a criação de personalidades lúdicas para o brinquedo, contou o que foi encontrar na capacitação e qual foi o aprendizado obtido. “Venho aqui para buscar ferramentas e expandir meu negócio de forma saudável. Às vezes, empreendemos e depois nos organizamos, que é o meu caso, e aqui encontro apoio”.

Em relação ao afroempreendedorismo, Adeli comenta como tem superado os empecilhos. “Existem muitos desafios, um deles é de se colocar no mercado competitivo. Muitas vezes, não temos oportunidades e precisamos criá-las. Quando enxergo o empreendedor preto em um lugar de destaque, penso que serei a próxima. Aqui pude ver isso e os caminhos para chegar neste lugar”.

A palestra “Liderança com propósito”, ministrada pela mentora de CEO e líderes, Cátia Andrade, levou exemplos por meio de histórias de vida, dicas de estratégias e dados que mostraram as possibilidades do afroempreendedorismo ocupar espaços estratégicos. “Em 2025, reconhecemos que bonecas afetivas, treinamentos comportamentais, negócios voltados para potencializar falas pretas, entre outros, estão crescendo e começam a encher os espaços. Por isso, precisamos ampliar. Temos que parar de disputar espaço no mercado como se só existisse uma cadeira, já que isso não é verdade. Esses lugares existem só precisamos ocupar”.

Catia explica que é preciso adquirir novos comportamentos que acabam por influenciar os negócios, a exemplo de pequenas atitudes para tornar o produto ou serviço conhecido. “O seu público precisa te conhecer, você precisa falar para as multidões do seu negócio. Isso exige uma nova postura, que é mostrar para seu o público a solução que eles precisam. Vai participar de uma feira, grave um vídeo dos seus produtos ou serviços e invista em impulsionamento, para fazer seu conteúdo rodar por Salvador e Região Metropolitana”.

Segundo Cátia, em 2025, no Brasil, existem 213 milhões de pessoas, sendo 56% de negras. De cada 10 brasileiros quase seis são negros. Mas, milhões de reais são movimentados por pessoas negras. “E para onde este dinheiro vai? Por que ainda vendemos almoço para pagar a janta? Não é por falta de talento, habilidade, garra. Porém existem questões comportamentais que atrapalham, a exemplo da dor que afeta as emoções e impacta a capacidade de monetizar nossos talentos”, pontuou. A autoliderança é uma das formas de lidar com esses empecilhos.

As atitudes que compõem o comportamento empreendedor e induz a liderança levam a reflexão das seguintes ideias discutidas ao longo da palestra: “ter liderança como um ato de coragem” significa fazer o que dá medo; “honrar os nossos” significa se reconciliar com as figuras de referências, que são a base da construção pessoal; “identidade e liderança” têm a ver com levar a identidade enquanto força e diferenciação para o negócio, pois não é possível se estabelecer como líder sem demostrar a liderança; “autoridade pelo trabalho” significa focar na transformação gerada, por meio do trabalho entregue, sendo a pessoa líder da ação; e “posicionamento ativo e legado inspirador” tem a ver com a transformação que será gerada, mas nunca esquecida”.