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Projeto Ideia Preta encerra temporada de potencialização do afroempreendedorismo baiano, em Camaçari

Os destaques da edição foram as palestras sobre Inteligência Artificial, Comunicação e Oratória e apresentação de cases de sucesso
Por Henrique da Mata para ML Comunicação
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A última edição de 2025 do projeto Ideia Preta, que é um iniciativa do Sebrae com foco no afroempreendedorismo, foi realizada nesta quarta-feira (26), em Camaçari, no auditório da Casa do Trabalho, e reuniu empreendedores negros empenhados em ampliar conhecimentos e conquistar ainda mais espaços no mercado. Ao longo do ano, foram sete edições que buscaram potencializar negócios e aproximar a comunidade negra de Salvador e cidades da região metropolitana, que acredita no poder do empreendedorismo.

Dentro da programação que começou às 9h e seguiu até às 17h, o público presente teve acesso a apresentações carregadas de conteúdos acerca do crescimento do afroempreendedorismo e de ferramentas, habilidades e técnicas que podem ser aplicadas para crescimento de qualquer negócio. Entre os temas apresentados nesta edição, os palestrantes Mel Campos, Tiago Santana e Karine Wakanda conduziram discussões fundamentais: Mel abordou Inteligência Artificial de forma prática e acessível; Tiago trouxe insights sobre Comunicação e Oratória voltadas para negócios; e Karine apresentou seu case de sucesso, mostrando como empreendedores negros podem impulsionar seus negócios, criar oportunidades e ocupar espaços estratégicos.

A gestora do Ideia Preta, Taiane Almeida, trouxe dados animadores para os empreendedores negros, de acordo com levantamento realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PENAD). Ela destacou que este grupo representa a maioria dos donos de negócios na Bahia, sendo uma média que alcança 79% dos empreendedores. Apesar dos números, segundo Taiane, ainda é preciso concentrar esforços para ocupar espaços mais significativos e alcançar a notoriedade merecida. “Por mais que a gente não tenha sido ensinado na infância a empreender, por mais que eu não tenha visto isso como possibilidade para mim quando era criança, precisamos mudar isso”, disse.

Taiane destacou ainda que para a mulher negra empreendedora, a situação é ainda mais complexa. Segundo ela, no cenário do empreendedorismo as empresárias pretas enfrentam barreiras por serem negras e por serem mulheres. Isso impacta de forma direta no faturamento e no acesso a créditos e financiamentos. “A renda das mulheres negras donas de negócios foi 28% menor que a dos homens negros, 49% menor que a de mulheres brancas e 61% menor que a de homens brancos”, pontuou.

O diretor de Planejamento e Gestão da Secretaria de Desenvolvimento de Camaçari, Paulo Azevedo, destacou o trabalho dos grupos femininos formados por empreendedoras do município e reforçou que representantes do afroempreendedorismo podem alcançar ainda mais relevância ao adotar a mesma lógica de união e dedicação. “Precisamos nos estruturar. É nossa tarefa contribuir para que o afroempreendedorismo avance nesse caminho, porque vejo que ele também é um pilar fundamental para construirmos ações de desenvolvimento e fortalecer o empreendedorismo em nossa cidade”, afirmou.

Viviane Fonseca é sócia de um escritório contábil em Camaçari e fez questão de participar do projeto Ideia Preta. Ela conta que não conhecia os projetos do Sebrae focados na discussão do Afroempreendedorismo, e aprovou a iniciativa. “Como empreendedora preta me sinto no lugar de fala quando eu vejo projetos como esse, principalmente vindo do Sebrae. E por ser uma mulher, empreendedora e preta eu fiquei muito feliz. Vim de Salvador só para participar desse projeto que abriu a minha mente para muitas coisas”, disse.

Morador de Camaçari e sócio da Expert IHM Global, Wesley Henrique já é um participante assíduo das capacitações oferecidas pelo Sebrae. Surpreso com os dados sobre a atuação de pessoas negras à frente da maioria dos negócios na Bahia, ele acredita que é mais um incentivo para seguir em frente. “aber que somos maioria no empreendedorismo me deixou muito feliz. Ter acesso a essa informação é importante para a gente saber que somos uma potência, nós podemos, sim, fazer o afroempreendedorismo ocupar o mesmo espaço com trabalho e dedicação, de maneira saudável e justa”.

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