O auditório do Sebrae, na sede da instituição, em Salvador, foi preenchido na manhã deste sábado (23) com a presença de profissionais da área da saúde para assistir a palestra sobre “Gestão e Tecnologia para Clínicas Médicas”, com a condução do professor da UFBA e mentor da AC, Anderson Freitas, e do médico e palestrante Gustavo Sisant.
Este é o exemplo da fisioterapeuta Monica Ribeiro Almeida que buscou a palestra para atualizar seus conhecimentos e acabou por notar lacunas no seu ambiente de trabalho, a exemplo dos médicos que não sabem apresentar e vender aos clientes o bom serviço que oferecem. “Às vezes, eles têm o constrangimento em mostrar para o paciente, por causa da vergonha em vender, determinados protocolos que fizeram com muita competência e muito conhecimento e que vão, de fato, ajudá-los. As lições que aprendi hoje vou transformar em uma comunicação para os médicos”, observou.
A gestora de eventos da agência Sebrae Costa Azul, Lorena Costa, explicou o objetivo da trilha de qualificação para os profissionais da área da saúde.“Já tivemos o dia da ‘clínicas odontológicas de sucesso’, temos hoje essa capacitação para clínicas médicas e já planejamos um evento voltado para a saúde estética. Futuramente, temos o intuito de fazer outros eventos para as áreas de nutrição, psicologia, entre outras. Assim, buscamos capacitar esse público para a gestão empresarial, porque, muitas vezes, ele está focado na parte dos serviços de saúde. É um público que também tem vindo até nós e demandado essa formação, temos tido bons resultados”, disse.

Saber vender os serviços médicos, com ética, foi um dos temas tratados na palestra pelo professor da UFBA e dentista Anderson Freitas. “Sem a venda, você é uma cabeça cheia com um consultório vazio. Você se prepara, se habilita, faz pós-graduação, se aprimora tecnicamente, tem excelência no saber, mas se não fizer esse pequeno movimento, você não consegue entregar isso tudo para seu cliente”, explicou.
Freitas explicou que a venda se dá pela capacidade de persuasão, que precisa ser diferenciada da manipulação. “Se o médico é bom no que faz, ele consegue dar ao paciente o entendimento claro de poder fazer algo bom, que irá conduzi-lo pelo melhor caminho. Muitas pessoas confundem persuasão como manipulação, que significa conduzir o paciente por um caminho que não o beneficiará”, afirmou.
As falas do palestrante fizeram sentido para o gestor Paulo Vitor, do Centro Integrado de Coluna Vertebral (CICV), que acredita que existiria maior eficiência e efetividade no trabalho se os médicos pudessem apresentar seus serviços diretamente ao paciente. “Os médicos não são capacitados em vender e acabam terceirizando esse serviço para clínica. Foi interessante o palestrante ressaltar que os médicos podem dizer diretamente ao paciente qual o valor do serviço, foi importante trazer não só a parte técnica, mas o exemplo claro sobre a questão dos valores e de como fazer a negociação”, disse.

O médico Gustavo Sisantdeu iniciou a palestra apontando a importância de os médicos cuidarem integralmente da saúde, porque a falta dessa prática interfere diretamente no ambiente de trabalho, na gestão da empresa e na relação com os pacientes. “Muitos gestores se encontram na posição de ‘empresidiário’, porque passa a ser refém das suas rotinas, o que levará à exaustão. O gestor doente mantém maus hábitos e isso transparece para sua equipe”.
Entre os assuntos tratados na palestra, Sisan ressaltou a importância da higiene do sono, completar o ciclo sem interrupções, com duração de 7 a 9 horas. Além disso, pontuou como trabalhar gatilhos emocionais, por meio da Terapia Cognitiva Comportamental, ter ritmos alimentares regulares, com planejamento alimentar, gestão do tempo, e praticar atenção plena para usá-la no cotidiano.

