Durante as atividades, foi anunciado o convênio firmado entre as instituições para a realização do Sebraetec Negócios Inovadores
Na manhã desta terça-feira (6) o Sebrae realizou o Fórum Sebrae de inovação, atividade que compõe a programação da 32ª Conferência da Anprotec, que tem como tema “200 anos de Independência: o cenário da C,T&I no Brasil” e acontece no Centro de Convenções de Salvador de 5 a 7 de dezembro. A proposta do Sebrae para o fórum endereça conteúdos estratégicos da instituição, alinhados ao tema central do evento com abordagem sobre o Futuro da agenda de C,T&I no país.
“O Fórum de inovação tem como objetivo discutir os principais assuntos que estão no cenário atual e que são os temas mais importantes, principalmente nas questões de inovação e tecnologia. Esse é um momento de se falar sobre sustentabilidade, ESG, temas portadores de futuro, distritos inovadores, Smart Cities e outros temas que são muito pertinentes ao nosso cenário atual”, salientou o coordenador de Negócios Inovadores do Sebrae Bahia, Tauan Reis.
A manhã de programação do Fórum Sebrae de Inovação contou com a palestra “Comportamento e sociedade” do cientista, professor e empreendedor brasileiro com atuação na área de engenharia de software e inovação, Silvio Meira.
Na sequência, Sílvio mediou o painel “Tecnologias portadoras de futuro”, com o Prof. Rodrigo Capaz, diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano)/CNPEM, que falou de Tecnologias quânticas; André Oliveira, gerente executivo do Senai Cimatec, que tratou de Manufatura Aditiva na Indústria 4.0; e Ana Paula Teixeira, pesquisadora da UFMG em ESG e Sustentabilidade, que compartilhou sobre Tecnologias Verdes.
O painel “Mercado inclusivo” aconteceu logo em seguida com a contribuição de Karine Oliveira, CEO da Wakanda Educação, que trouxe a visão do Empreendedorismo Periférico; Gabriela Werner, CEO da Impact Hub Brasil e Board do Impact Hub Global, que abordou o Impacto Social; e Claudio Nascimento, head de Aceleração dos ODS/Ikone Global, apresentou a perspectiva do Empreendedorismo de raça. A mediação foi realizada por Paulo Renato Cabral, gerente de Inovação Sebrae Nacional.
Segundo Paulo Renato, há uma discrepância no cenário atual de inovação junto à sociedade. “No sentido tecnológico, surreal. Agora, no avanço social, da inclusão e de aceitação, a gente está muito atrás. Acho que a ciência humana se torna, agora, a ciência mais importante desse novo século pra gente avançar”, defendeu.
Paulo fez, ainda, um panorama sobre a atuação do Sebrae em todo o país. “No início dessa gestão, do Rio Grande do Sul ao Amapá, do Acre à Paraíba, a cada 10 empreendedores no Brasil, o Sebrae atendia dois. Hoje, em todos os 27 estados, a cada três pessoas que empreendem, uma é apoiada ou é atendida pelo Sebrae. Ao contrário do que a gente falou aqui de escolhas, o Sebrae não pode fazer escolhas, tem que ser para todo mundo que empreende”, afirmou.
Parceria Sebrae e Anprotec
Ao final na manhã, Paulo Renato Cabral e Guila Calheiros, superintendente executivo da Anprotec, anunciaram para o público, o convênio firmado entre o Sebrae e a Anprotec para a realização do Sebraetec Negócios Inovadores, com aporte financeiro de até R$ 103 milhões em três anos, a partir de 2023.
O projeto que vai unir um movimento de incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos, lideradas pela Anprotec, à expertise do Sebrae em impulsionar novos negócios via Sebraetec, com a criação da linha Negócios Inovadores.
A Anprotec possui uma rede de mais de 300 incubadoras e aceleradoras associadas, que serão convidadas a se tornarem prestadoras de serviço do Sebraetec. Além disso, a Anprotec será responsável por divulgar as soluções, capacitar potenciais empreendedores e acompanhar os projetos. Já o Sebraetec levará consultorias visando a incubação/aceleração dos pequenos negócios inovadores.
A ideia é que essa receita permita a expansão e a consolidação dos ambientes de inovação. No convênio pretende o credenciar e qualificar de 120 incubadoras e 30 aceleradoras, a capacitar de 4.150 potenciais empreendedores inovadores, além de tender a 5.850 startups por meio das fichas técnicas destinadas a: Pré-incubar (Validação de Negócios), Incubar (Operação de Mercado) e Acelerar (Operação de Mercado).
De acordo com o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, o Brasil, assim como o mundo, sofre com a concentração de renda. “Se os pequenos não inovarem, se a inovação não chegar nos pequenos, nós vamos trombar logo ali na esquina com uma concentração insustentável. Vocês são aqueles que o Brasil precisa porque esse ‘modelão’ venceu e tem que inovar. O Sebrae tem as ferramentas todas e nós vamos tentar ficar juntos pra poder usá-las da melhor forma possível”, garantiu.
Já o presidente da Anprotec, Francisco Saboya, destacou que esta parceria com o Sebrae talvez seja a maior operação da Anprotec na sua existência. “Anprotec tem 35 anos e a gente vai mudar de escala com esse programa. A entrega que passaremos a fazer diretamente com os mecanismos por parte das incubadoras e aceleradoras, é numa escala que, até então, não tinha na nossa história”, reconheceu.
Saboya acrescentou, ainda, que isso se deve a uma nova entrada que o Sebrae está vivendo na sua história que olha pro pequeno negócio entendendo que não é mais apenas o tradicional. “O Sebrae vem olhando também para um pequeno negócio que a gente costuma chamar de startup e percebendo que ele necessita fazer a sua transformação, a sua transição digital. E ninguém tem mais inovação do que o nosso sistema de parques, incubadoras e aceleradoras”.